quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Ecológicos à força?

De acordo com o relatório da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, no ano transacto, Portugal foi o país da União Europeia que comprou veículos automóveis novos mais ecológicos.
Logo foi avançado como justificação pela Quercus que tal se deveria não a um esforço ecológico dos portugueses, mas apenas e tão somente ao seu diminuto poder de compra, conducente à aquisição de veículos de gama baixa, com menores cilindradas e menos poluentes; logo, os portugueses seriam ecológicos "à força"!
Elísio Estanque, sociólogo, reforça a visão da Quercus, afirmando que "a sociedade nacional tem também a tendência para afirmar o seu status pelo exibição de carros novos, sempre que possível e, como o poder de compra não permite mais, opta por modelos de baixo consumo, que são menos poluentes e mais baratos".
Ora, os esforços do Governo são dispiciendos, parece: o incentivo à aquisição de veículos híbridos, com a redução de 50% do ISV, e o agravamento do custo ambiental (para 60%), não parecem desempenhar factor relevante...
Muito existe ainda por fazer: Portugal tem que reduzir as suas cifras de emissão de CO2, e não deve seguir por uma via que passe pela compra de direitos de emissão a estados num grau de desenvolvimento inferior, mas sim por um verdadeiro esforço nacional.
Que passa mesmo pelo Estado, que deverá optar pela aquisição de veículos menos poluentes, sempre que possível híbridos e de baixo consumo. Os transportes públicos também se mostram uma boa forma de avanço: incentivando a sua utilização, recorrendo a energias alternativas (veja-se o caso do munícipio de Sintra, cuja frota recorre à utilização de óleos alimentares reciclados).
E as taxações diferenciadas em termos de portagens, atendendo ao número de ocupantes dos mesmos, incentivos fiscais mais atraentes, reforço das verbas de abate de veículos mais antigos, tudo são formas a estudar para que a ecologia, neste e noutros campos, deixe de ser "à força".

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

2009 já aqui

Foram publicadas a 13 de Agosto, no Diário da República, as Grandes Opções do Plano, mostrando-nos os objectivos do Governo para o ano de 2009, último desta legislatura.
Boas notícias para o distrito de Aveiro: desde logo, existirá uma abertura parcial do Museu de Aveiro; prosseguirá a ligação ferroviária do Porto de Aveiro à linha do Norte, que será melhorada; prosseguirão os trabalhos de modernização no porto comercial de Aveiro.; será reinstalada a Escola de Hotelaria e Turismo em Santa Maria da Feira.
No que às medidas com atinência aos jovens diz respeito, muito é previsto para o próximo ano:
No esforço de reforçar a qualidade do tecido empresarial português e contribuir para o reforço de oportunidades de jovens licenciados no mercado de trabalho das PME, serão lançadas novas edições do INOVJovem e INOVContacto; inclusive em sociedades que visem a internacionalização dos seus mercados, com o Programa Vasco da Gama. Serão criadas unidades de formação para as PME (Academia de PME) e ferramentas de reforço de gestão (Centro de Gestão de Recursos em Conhecimento).
Será lançada a 2ª edição do PEPAL, o Plano de Estágios para a Administração Local: mais um reforço na aposta da especificação e melhoria da qualidade dos profissionais e serviços públicos prestados, dando oportunidade a muitos dos quase 40 mil jovens licenciados de conseguirem um emprego digno e através do qual podem valorizar os seus conhecimentos e valências.
No sector da Educação, aposta prioritária do Governo, são diversos e de grande monta os planos para 2009: a rede pré-escolar vai ser reforçada, sendo que todas as crianças portugueses de cinco anos estarão cobertas pela mesma, sendo que se verificará uma cobertura total das crianças do 1º ciclo, no que tange às actividades de enriquecimento curricular; a rede de acção social escolar será reforçada.
Os cursos profissionalizantes para jovens terão um claro reforço, sendo que em 2010 se prevê que metade dos jovens a frequentar o ensino secundário ocupe aqueles.
O Programa Novas Oportunidades continuará, procurando-se uma cada vez maior adesão dos portugueses que abandonaram o sistema formal de ensino, de formar a qualificá-los, oferecendo-lhes melhores perspectivas de carreira.
Haverá também um reforço dos meios tecnológicos e informáticos nas escolas, ao abrigo do Plano Tecnológico.
No ensino Superior será concluida a adaptação dos graus e diplomas ao Processo de Bolonha, pondo termo a um regime híbrido misto, causador de imensos dissabores e dificuldades a milhares de jovens estudantes universitários, muitas vezes apanhados numa teia de incorrectas interpretações dos textos que lhes chegam a custar os anos escolares.
O sistema de financiamento de cursos para estudantes com garantias mútuas será estendido a mais candidatos, bem como reforçadas serão as condições de ingresso e frequência do ensino Superior, revendo estatutos jurídicos (trabalhador-estudante, estudante a tempo parcial, frequência de disciplinas avulsas, regime de estágios curriculares e profissionais), lançado o programa de novas residências universitárias (quantos dos que pelo ensino superior passaram ou estão sabem o peso do arrendamento de uma casa ou quarto no orçamento mensal....).
Na procura de emprego, os programas INSERJOVEM e REAGE serão reforçados com uma oferta mais atractiva para os empregadores caso apostem nos jovens.
21 novas Comissões de Crianças e Jovens serão criadas, desinstitucionalizando-se um quarto daas crianças e jovens integrantes do sistema de acolhimento nacional, com definição dos seus planos de vida e promovendo-se os estímulos à vinculação da criança a famílias alternativas à biológica.
Finalmente, e específicas na área da Juventude: será implementado o Programa Nacional de Juventude, promovendo a educação para a cidadania e incentivando uma activa participação social e cívica. Implementar-se-á o Projecto Formar e reforçar-se-á o apoio financeiro às associações inscritas no Registo Nacional de Associativismo Jovem, com vista ao estímulo e incentivo ao associativismo jovem e estudantil. Lançar-se-á o Finicia Jovem, de apoio financeiro à criação do primeiro emprego, com apoio a projectos educativos sobre empreendorismo e lançado o Empreendedor Mais. A Rede Nacional de Pousadas será melhorada e potencializada. Para os jovens com menos oportunidades serão lançados novos programas, como o programa Tutoria (para jovens descendentes de imigrantes), Programa de Ocupação dos Tempos Livres, Programa Unidos pelo Acesso e Programa TIC Pediátrica.
Finalmente, será implementado o Programa Cuida-te, na área da saúde: criando gabinetes de saúde juvenil, apoiando financeiramente projectos de saúde da iniciativa de jovens, levando a cabo acções de formação e sensibilização quanto a estilos de vida activos e implementando unidades de saúde móveis, em número de cinco, com o objectivo de aconselhar os jovens em escolas e associações juvenis.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Espero...

Foi proposta, pela Concelhia de Anadia da Juventude Socialista, a criação do Conselho Municipal da Juventude; não obteve acolhimento a ideia, de todos os quadrantes, mantendo-se o "status quo" há meses...
Em 2006, a Concelhia de Anadia da JSD defendia que se iria interessar por "Apoiar e colaborar com o Conselho Municipal de Juventude e Educação, como forma de promoção e desenvolvimento da educação no nosso concelho.".
E agora, "quo vadis"?
Seremos coerentes?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Entrevista Jornal da Bairrada

Transcreve-se a entrevista dada ao Jornal da Bairrada pelo Coordenador da Concelhia de Anadia da Juventude Socialista, André Ferreira de Oliveira:
"É preciso restituir a Anadia uma ideia de cidade e urbanismo que não tem"
André Oliveira lidera, desde o início deste ano, a JS (Juventude Socialista) de Anadia. Em entrevista a JB fala dos projectos, deixando ainda muitas críticas à governação de Litério Marques.
- Há quanto tempo lidera a JS de Anadia?
- A Juventude Socialista (JS) de Anadia passou por uma fase de inactividade de três anos. O projecto foi retomado no início de 2008 e, desde essa data, temos realizado uma série de actividades que passaram já pela distribuição de prospectos (para comemorar o 25 de Abril) e por uma mesa redonda (em Maio) para debater a democracia. Já a 1 de Junho fizemos uma actividade (voltada para a prevenção rodoviária, higiene oral, direitos da criança) em Vilarinho do Bairro, no âmbito do Dia Mundial da Criança, envolvendo pais e a GNR. Até ao final do ano temos uma série de iniciativas igualmente previstas.
- Onde funciona a vossa sede?
- Dividimos a sede com a comissão política (do PS), em frente à Secundária de Anadia. Confesso que temos excelentes condições de trabalho, já que ao nível das juventudes partidárias pode ser considerada uma das maiores e melhores salas do distrito.
- Porque não são muito visíveis as acções das "jotas"?
- Não concordo com isso, pelo menos da nossa parte. Tenho realizado diversas intervenções, quer em reuniões públicas de Câmara, quer em assembleias municipais, inclusive propondo a criação, em Anadia, de um Conselho Municipal da Juventude, que seria uma via para aumentar a participação popular, ou seja, uma forma de aproximar as estruturas partidárias da população. Infelizmente esta proposta tem vindo a ser sucessivamente adiada, em reunião de Câmara.
- Quais são os principais objectivos do seu mandato?
- Temos vários projectos em carteira. Queremos estimular o diálogo no concelho e despertar consciências.
Não trabalhamos por votos, queremos trazer a Anadia uma forma diferente de encarar a política e os políticos.
Estamos num concelho que, a muitos níveis, não aceita a diferença. Queremos contrariar esta tendência.
Por isso, na calha temos projectos que visam estimular as pessoas a debater, a intervir, já que as pessoas devem perceber que a cidadania não é um conceito abstracto, tem que ser activo.
Para tal, vamos discutir uma série de temas actuais (igualdade de género, educação sexual, condição feminina, emancipação jovem, etc). Não queremos ser incómodos, mas estes debates são uma questão de cidadania e dever moral.
- O que falta em Anadia?
- São inumeras as coisas que fazem falta ao concelho. Todavia, gostaríamos que fosse criado um parque da cidade, muito mais do que um mero espaço verde. Por exemplo, a zona do Choupal poderia sofrer essa requalificação, com o devido aproveitamento do rio, possibilitando a criação de um parque com zonas interactivas onde pudesse haver também espaço para o conhecimento.
A questão do mercado é outra situação em que divergimos do PSD. Não deveria dar lugar a um parque de estacionamento subterrâneo, como o presidente já disse. Seria mais útil criar naquele lugar um espaço que albergasse todos os serviços públicos (finanças, segurança social, loja do cidadão, conservatórias), obviamente integrado num plano com a administração central, evitando que as pessoas andem de um lado para o outro. por outro lado, para compensar o investimento, num piso superior poderiam ser criados espaços atractivos, tais como um restaurante panorâmico ou um bar. Tudo isto com o objectivo de restituir a Anadia um conceito de cidade e urbanismo que não tem.
- Tem-se feito muita coisa errada no concelho?
- Muita, mesmo. Existem diversos atropelos à memória histórica de Anadia e o edificio dos antigos SMAS (Serviços Municipais de Água e Saneamento) é apenas um bom exemplo disso. Não é visivel uma linha lógica na forma de trabalhar desta Câmara.
A actual presidência tem vindo a apostar na mera construção de obras, esquecendo-se de apostar nas pessoas. É necessário que Anadia tenha uma política cultural que não tem. Não é só construir, nomeadamente, a biblioteca, o cine-teatro, as piscinas, o pavilhão (que são obras muito importangtes). é preciso nunca esquecer as pessoas. Elas devem vir primeiro.
Veja que não se apoiam devidamente as colectividades e não se fomenta o aparecimento de grupos com projectos sustentados.
- A que se deve a pouca adesão de jovens à política?
- Os jovens não estão alheados da política. O que se verifica é o afastamento da população, em geral, da política e dos políticos.
Contudo, existe uma dissociação grande entre aquilo que os jovens precisam e querem e a classe política. Para isso contribui, desde logo, a forma como se passa a mensagem. É preciso atrair os jovens debatendo temas que lhes interessem e lhes digam respeito. No fundo, este estado de coisas é reflexo da sociedade que temos, que promove o individualismo e está fechada à discussão de temas incómodos.
- Que avaliação faz da governação de Litério Marques?
- Não se vislumbra qualquer projecto na governação de Litério Marques, ao longo de todo este tempo. Não existe uma linha coerente de raciocínio. Em termos populacionais, em termos populacionais, vemos que o concelho de Anadia está abaixo da média distrital no que respeita à taxa de crescimento efectivo e de crescimento natural,.
Anadia, em matéria de indíce de envelhecimento é o pior concelho do distrito. A população do concelho está cada vez mais velha, por força disso vem diminuindo, visto que, aliado ao número de óbitos crescente está associado um número de nascimentos cada vez mais reduzido. Por outro lado, verifica-se uma fuga em massa de jovens para concelhos limítrofes, atraidos por melhores condições de vida. Em comparação com concelhos vizinhos (Águeda, Oliveira do Bairro e Mealhada) os dados são muito negativos.
O nosso concelho tem menor poder de compra que a média do distrito (sexto pior concelho na relação per capita e com uma diferença superior a 10%, para menos), apresentando um parâmetro negativo neste campo, se comparado com os restantes concelhos da Bairrada.
É ainda o terceiro pior concelho do distrito no que toca ao acesso a sistema de drenagem de águas residuais (pior da Bairrada) e apenas 21% da população é servida por ETAR's (pior da Bairrada). Isto são apenas alguns exemplos.
Veja também que o presidente gosta muito de usar a questão do PDM para justificar alguns atrasos. Mas é preciso ver que o PSD sempre liderou a Câmara. Litério Marques está na Câmara há uma década. Não podemos andar sistematicamente a justificar a inação da Câmara responsabilizando o poder central.
- Na sua opinião quem é o candidato ideal do PS nas autárquicas em Anadia?
- O Ps já está a preparar as próximas eleições. A escolha do líder é uma questão que deve ser colocada directamente aos militantes. Quanto ao perfil, defendo que o candidato deve optar por um discurso realista e de seriedade. Por uma política de propostas e de ideias, pois temos que ser sérios, francos e honestos com as pessoas.