De acordo com o relatório da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, no ano transacto, Portugal foi o país da União Europeia que comprou veículos automóveis novos mais ecológicos.
Logo foi avançado como justificação pela Quercus que tal se deveria não a um esforço ecológico dos portugueses, mas apenas e tão somente ao seu diminuto poder de compra, conducente à aquisição de veículos de gama baixa, com menores cilindradas e menos poluentes; logo, os portugueses seriam ecológicos "à força"!
Elísio Estanque, sociólogo, reforça a visão da Quercus, afirmando que "a sociedade nacional tem também a tendência para afirmar o seu status pelo exibição de carros novos, sempre que possível e, como o poder de compra não permite mais, opta por modelos de baixo consumo, que são menos poluentes e mais baratos".
Ora, os esforços do Governo são dispiciendos, parece: o incentivo à aquisição de veículos híbridos, com a redução de 50% do ISV, e o agravamento do custo ambiental (para 60%), não parecem desempenhar factor relevante...
Muito existe ainda por fazer: Portugal tem que reduzir as suas cifras de emissão de CO2, e não deve seguir por uma via que passe pela compra de direitos de emissão a estados num grau de desenvolvimento inferior, mas sim por um verdadeiro esforço nacional.
Que passa mesmo pelo Estado, que deverá optar pela aquisição de veículos menos poluentes, sempre que possível híbridos e de baixo consumo. Os transportes públicos também se mostram uma boa forma de avanço: incentivando a sua utilização, recorrendo a energias alternativas (veja-se o caso do munícipio de Sintra, cuja frota recorre à utilização de óleos alimentares reciclados).
E as taxações diferenciadas em termos de portagens, atendendo ao número de ocupantes dos mesmos, incentivos fiscais mais atraentes, reforço das verbas de abate de veículos mais antigos, tudo são formas a estudar para que a ecologia, neste e noutros campos, deixe de ser "à força".
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